segunda-feira, 11 de abril de 2011

a gente chega

Esses últimos meses tem sido complicado pra mim. Não sei ao certo o porque. Ou sei e não aceito, como não aceito tantas outras coisas da vida. Não sou do tipo de pessoa que aceita coisas mal explicadas. Não sou muito boa pra entender muitas coisas, mas só descanso quando entendo de verdade. Não finjo está por dentro de algum assunto, não finjo entender tudo que me dizem e não sou maria-vai-com-as-outras. Pelo contrário, sempre fui muito diferente. Sempre gostei de coisas e pessoas que normalmente ninguém gostava. Recebi muito puxão de orelha por causa disso, mas meu sentimento nunca diminuiu. Conselhos então foram tantos que quase não me lembro de nenhum. Sou do tipo de pessoa que só aprendo caindo, ralando o corpo todo e o coração.

Sempre fui amiga fiel, daquelas que leva as dores e sofre junto, juntinho. Outro dia eu vacilei (como muitas vezes), e contei a uma amiga-falsa o segredo de um amigo-verdadeiro, ela deu com a língua nos dentes e abalou nossa amizade. Eu me senti um lixo. Chorei por várias noites (e dias). Me culpei todos os dias por ter confiado tanto em uma pessoa e ter decepcionado outra que confiou tanto em mim. Fui lá, pedi desculpa, chorei e tirei um peso de cima de mim quando percebi que aquilo não tinha passado de nada. Sempre levei minha vida assim, fazendo burradas e assumindo erros. Nunca joguei a minha culpa em ninguém. Odeio admitir um erro, mas deixo o orgulho no bolso e admito e se preciso peço desculpa.

Sempre dei muito valor a minhas amizades, sempre me doei por inteiro, sempre fui fiel e aprendi a ser mais fiel ainda quando quebrei por alguns dias a confiança de alguém que amei e amo demais, mesmo depois de anos, distancia, saudade. Quando eu amo, amo de verdade, de alma. Dia sim, dia sim também me lembro do meu passado, tempo de escola. Do quanto era bom ficar na pracinha comendo pastel de vento e paquerando meninos que não eram os sonhos de minha mãe. Eu me resumo assim: louca e feliz. Mas sem loucura jamais saberemos o que é realmente bom.

Adoro o fim de tarde, aquela cor do céu que não sei exatamente qual é. Uma mistura de todas as cores que eu já vi no mundo. Muitas vezes joguei uma tinta colorida no meu coração pra cobrir o preto e branco da minha tristeza para poder consolar quem eu amo. Deixei por várias vezes no cantinho do meu coração a minha dor e ocupei meu coração com as dores de pessoas que valiam à pena. Não era fácil segurar o choro, mas eu prendia e dizia pra mim mesma que eu conseguia. No fim das contas eu consegui, eu sempre consigo.

Mas quando eu chegava no meu banheiro, o único lugar que eu sou eu mesma sem nada no rosto, no corpo e na alma. Eu chorava, quetinha, sem fazer barulho, só vendo minha dor refletida no espelho. E dizia pra mim mesma: seja forte, você supera. Eu sei que eu supero, mas quem disse que pra superar é preciso segurar o choro? O choro alivia a alma e cura as feridas, deixa leve, pronta pra outra.

Meu jeito nunca muda, vou ser assim pra sempre. E assim, depois de alguns meses sem saber bem o que está acontecendo, eu vou levando a minha vida. Chorando e dizendo a mim mesma que eu consigo. Eu choro e vejo o quanto eu sou forte pra seguir em frente. Pra onde? Eu ainda não sei, mas eu chego.

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